MULHERES CONTRA MULHERES: QUEM SÃO AS DEPUTADAS QUE VOTARAM CONTRA A PARIDADE SALARIAL

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O projeto de lei de paridade salarial entre mulheres e homens, aprovado recentemente na Câmara, registrou dez votos contrários, à proposta vindos de deputadas, em um movimento em que mulheres votaram contra uma proposta que defende as próprias mulheres. A lista das deputadas que se manifestaram contra a proposta é composta, basicamente, por parlamentares ligadas às pautas conservadoras, e aliadas do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL).

Veja quem votou contra a proposta

Julia Zanatta (PL-SC)
Silvia Waiãpi (PL-AP)
Chris Tonietto (PL-RJ)
Caroline de Toni (PL-SC)
Carla Zambelli (PL-SP)
Bia Kicis (PL-DF)
Rosângela Moro (União-SP)
Dani Cunha (União-RJ)
Adriana Ventura (Novo-SP)
Any Ortiz (Cidadania-RS).

Assim como os votos femininos, os votos masculinos contrários ao projeto de lei também vieram em grande maioria do PL. Ao todo, os parlamentares do PL registraram 18 votos contra a proposta. Para a apreciação, o PL liberou os parlamentares enquanto os outros blocos e partidos indicaram a aprovação da matéria. A única exceção veio do Novo, que se posicionou inteiramente contrário.

texto substitutivo ao Projeto de Lei (PL) 1085/23 da relatora e deputada Jack Rocha (PT-ES) implementa medidas de igualdade salarial entre homens e mulheres ao realizarem o mesmo trabalho. De um total de 361 votos, 36 foram contra o texto. O próximo passo de tramitação do projeto é o Senado. Se aprovado, a proposta modifica a Consolidação das Leis do Trabalho, assim que passar por sanção presidencial.

O texto modifica a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e quer firmar a paridade de pagamentos entre os sexos como obrigatoriedade por parte de empresas com mecanismos de transparência e de remuneração acompanhados de maior fiscalização e multas.

A igualdade salarial já era prevista na legislação brasileira, mas Jack Rocha destaca que não existia a obrigatoriedade. Caso a empresa não pratique a igualdade salarial, pode receber multa de até dez vezes o valor do salário da empregada ou do empregado discriminados, e o dobro disso em caso de reincidência, além da possibilidade de indenização por dano moral ao funcionário ou funcionária discriminado.

Atualmente, as mulheres, que correspondem a mais de 51% da população brasileira, recebem cerca de 77% do salário masculino. Isto é, se um homem ganha R$ 2.555, uma mulher recebe R$ 1.985.

Decreto e Grupo de Trabalho

O projeto de lei é de autoria do Poder Executivo e tramita sob regime de urgência no Congresso. A matéria foi despachada às Comissões de Defesa dos Direitos da Mulher, de Trabalho e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Um decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) referente ao PL da igualdade salarial foi publicado no Diário Oficial da União no Dia do Trabalho.

decreto criou um Grupo de Trabalho composto por integrantes de oito ministérios para desenvolver um plano nacional de paridade salarial entre mulheres e homens. O GT do Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre Mulheres e Homens terá 180 dias, com possibilidade de prorrogação por mais 180, para que o colegiado possa revisar a proposta por mais um mês antes de enviá-la à Cida Gonçalves, ministra das Mulheres.

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