Muito além do aumento populacional, o município também se destaca pelo crescimento do seu PIB – Produto Interno Bruto – e também do PIB per capita
O novo Censo 2022 registrou uma importante queda no número de habitantes de algumas cidades do Norte do Paraná. Entre as que mais sofreram com o esvaziamento populacional estão: Porecatu (-18), Assaí (-15,6), Tamarana (12,6), Rancho Alegre (-11,2) e Uraí (-9,2). Sabáudia, destaque entre os municípios que tiveram maior crescimento obteve um salto populacional de 44,72%, entre o período de 2010 e 2022, totalizando 8.822 habitantes, conforme os dados do último levantamento do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. Mesmo com o número de moradores altamente positivo, as lideranças de Sabáudia esperavam que a população oficial chegasse aos menos em 12 mil moradores. Isto porque, segundo eles, comparado ao número de usuários de serviços de água (Sanepar), energia elétrica (Copel), aumento de matrículas nas escolas e creches, entre outros indicadores, 12 mil habitantes seria o número mais aproximado da realidade.
Natural de Maria da Fé (conhecida também como a mais fria cidade de Minas Gerais), o ex-prefeito Almir Batista, que chegou em Sabáudia há 61 anos, destaca que há outros números, além do crescimento populacional, que mostram o avanço do município nos últimos 20 anos: o crescimento do PIB – Produto Interno Bruto (que em 2005 era de aproximadamente R$ 40 milhões, e que deve chegar a R$ 700 milhões em 2023) e também a relevância do aumento do PIB per capita de Sabáudia que é de R$ 84,9 mil, bem superior ao PIB per capita de Ibiporã (R$ 48,2 mil), Rolândia (R$ 45,7 mil), Cambé (R$ 43,3 mil), Londrina (R$ 37,7 mil), Arapongas (R$ 35,4 mil) e Apucarana (R$ 25,6 mil). “O PIB e o PIB per capita revelam o quanto Sabáudia cresceu nos últimos anos, não é só o aumento da população”, exemplifica Almir.
Impacto da industrialização
O ex-prefeito recorda que no auge da cafeicultura Sabáudia chegou a ter 17 mil habitantes, a população se concentrava na zona rural. Mas veio a forte geada de 1975 que arrasou os cafezais, o êxodo foi inevitável com a mecanização das lavouras. Foi neste contexto que Almir assumiu a prefeitura em 2005, com apenas 5 mil moradores. “Era muito triste ver os pais chorando pelos filhos que partiam em busca de uma oportunidade de emprego. Na campanha de 2004 eu prometi mudar o perfil econômico de nossa cidade, e essa promessa se cumpriu. Sempre acreditei, e tenho certeza que virão outras conquistas importantes para o nosso município”, prevê.
Para Almir, a grande mudança começou com o projeto de industrialização. O parque moveleiro de Arapongas estava no seu auge, e os preços do terreno em alta na Cidade dos Passarinhos. Foi aí que ele vislumbrou a possibilidade de Sabáudia atrair investimentos. O primeiro passo foi conseguir financiamento junto ao Governo do Estado para aquisição de uma área nobre de 22 alqueires ao longo das margens da PR-218 só para a industrialização. Esse incentivo foi fundamental para começar a mudar o perfil econômico do município. “O resultado do Censo 2022 confirma que estávamos certos em lançar aquele projeto pioneiro de atração de investimentos”, comemora.
Ele adianta que a duplicação da PR-218, a instalação da Faculdade Honpar (“para a qual está reservado um terreno de 5 alqueires”), entre outras conquistas em andamento, “certamente garantirão o crescimento contínuo de Sabáudia”, afirma Almir. Ao comentar o crescimento populacional do município, o prefeito Moisés Soares Ribeiro reforça o compromisso de sua gestão com a industrialização. Ele prevê a chegada de novas empresas, mais investimentos com geração de empregos e renda porque uma nova área de 10 alqueires também será destinada especificamente à industrialização. Ou seja, Sabaúdia continuará perseguindo a mudança do seu perfil econômico e social.