A reportagem da Gazeta da Cidade entrevistou o prefeito Sérgio Onofre sobre seu trabalho á frente da Prefeitura de Arapongas. Sérgio enfrentou ao longo dos anos, uma recessão e uma pandemia e conseguiu sair ileso destas situações usando a inteligência e a realidade para não perder o controle.
Sérgio deve completar 96 meses á frente da Prefeitura até 31 de dezembro, e nestes oito anos, ele conseguiu evidenciar 140 obras em Arapongas, e ainda nem terminou o ano. Dá mais de uma obra por mês e ainda sobra obras neste período, á frente do executivo municipal.
GC: Sérgio, você derrubou aquela dogma de que prefeito de dois mandatos seguidos trabalha apenas em um.
SO: Eu sempre coloquei na cabeça que no mandato, eu tenho que trabalhar, pois sou pago para isso. Fui eleito para trabalhar pelo povo e vou ser assim até o último dia de meu mandato.
GC: E dando um exemplo aos administradores de uma maneira geral?
SO: Não sei quanto aos outros. Falo por mim; Cada um tem seu método. Eu quero inaugurar obras até o final do meu mandato e é claro, deixarei obras em andamento para o meu sucessor.
GC: Quando você foi eleito, você tinha em mente em fazer todo esse volume de Obras?
SO: Eu mesmo espanto de ver tantas obras que nós conseguimos e como arrumamos dinheiro para fazer tudo isso..
GC: O município contraiu muitas dividas com tantas obras?
SO: Não. Eu não endividei o município. Fizemos obras como nunca ninguém fez em Arapongas. Nenhum prefeito que ficou oito anos conseguiu fazer este volume de obras. Hoje temo obras em todo canto da cidade. E todas obras pagas. Algumas com recursos próprios, outras com recursos do governo estadual ou federal, graças aos nossos deputados.
GC: O prefeito administrador nasceu quando você sugeriu a construção de um prédio próprio para a Câmara?
SO: Eu acho que sim. Eu coloquei na cabeça que o legislativo tinha que ter sede própria e depois de uma conversa com o prefeito da época, Beto Pugliese, acabamos construindo o prédio.
GC: Todo prefeito que assume reclama da frota de veículos, alegando sucateamento. Como está a frota atual?
SO: Nós temos uma frota nova. Trocamos vários veículos. Agora vamos renovar a nossa frota de veículos escolares. O próximo prefeito não vai ter dificuldades para trabalhar no que se refere ao setor de transportes.
GC: Você vai deixar muitas obras pendentes?
SO: Cerca de 20 obras. Nós temos que começá-las porque está no projeto e o próximo prefeito quem irá inaugurá-las. Mas vamos atrás de outras obras ainda.
GC: Você trabalhou com dois governadores. Ambos foram bons para o nosso município?
S0: Foram. Não posso negar. Ganhei a eleição e no outro dia estava em Curitiba para conversar com o governador. Em janeiro Richa já nos mandava recursos. Mas o Ratinho por ser meu amigo, meu irmão, foi o que mais ajudou, mesmo porque estive mais tempo com ele do que com Richa. Mas o Ratinho foi o que mais nos ajudou a fazer este volume de obras.
GC: Sérgio, como é ter como adversário de seu candidato a prefeito, o seu próprio vice?
SO: Olha, eu acredito que se o vice –prefeito tivesse saído candidato sozinho, sem se alinhar com os que foram seus adversários, seria uma coisa, mas ele saiu hoje e amanhã já estava conversando com eles. Isso quer dizer que a conversa já vinha a algum tempo.
GC: Mas os adversários seus eram adversários dele também?
SO: Sim. Aquele pessoal xingou ele o ano todo e agora se aliou a ele.
GC: Como você se decidiu pelo Cita?
SO: Eu vinha preparando o Rafael há vários anos. E ele como Procurador do Município vinha mostrando várias qualidades e que me impressionava. E achei que ele seria a pessoa certa para dar continuidade ao nosso trabalho.
GC: Foi uma observação só sua?
SO: Não. Outras pessoas renomadas de Arapongas também mencionaram sobre o trabalho dele, Somou tudo. Eu estou chegando ao final do meu mandato sem nenhum processo. Isso é muito raro quando se trata de um cargo político.
GC: Na sua opinião. A inovação da política é necessária?
SO: Claro. O Rafael foi preparado para ser candidato a prefeito, Até as convenções, ele é pré, tornando o nosso principal nome após as convenções. Eu acho que a política no Brasil deve inovar, colocar pessoas com novas idéias , abrir espaço para outros brasileiros que amam esse país e querem trabalhar por ele, pela sua cidade e pelo seu estado
GC: Você poderia fazer um paralelo entre direita e esquerda. Você colocaria seus adversários como esquerdistas.
SO: Não, até porque eu tenho comigo que esse negócio de esquerda e direita não tem nada a ver. O que temos que pensar eu repito, é na nossa cidade, no nosso estado e em nosso país em ações que beneficiem o nosso povo.
GC: Como você traduziria a sua bandeira política?
SO: A nossa bandeira é a creche, a escola, a habitação, a segurança ,a saúde, enfim ações que possam traduzir no bem comum de nosso povo.Essa é a nossa bandeira. A minha bandeira.
GC: Sua administração criou e está criando, novos bairros com habitação popular; Mas tem gente vendendo as casas.
SO: A vida inteira muitos fizeram isso. Se você for no Ulysses, no Tropical ou qualquer outro bairro você vai constatar que a maioria dos moradores não são os mesmos que foram contemplados com uma casa na época do sorteio. Alguns venderam e compraram outra casa. Outros trocaram a casa por carro e deixaram a família na rua e teve gente que simplesmente vendeu e gastou o dinheiro. É uma situação de difícil controle e o gestor é quem pode controlar o problema, mas não é fácil. A lei é severa. Quem conseguiu uma casa e vendeu, não consegue financiamento para outra, pela Caixa. É por isso que tem gente que não tem casa. Quando tem, não dá valor.
GC: O Contorno Leste, cuja luta dos moradores dos bairros Industrial, Santo Antônio, Baronesa, Vila Sampaio, Vila Bernardes estende-se há mais de 40 anos sai ou não sai?
SO: É uma briga judicial que estende-se por muitos anos. Eu participei de 53 reuniões com diversas autoridades sobre o assunto, m as o problema, esbarra na Viapar que já pegou o dinheiro e nega-se a fazer a rodovia, alegando uma série de empecilhos. A briga está na justiça e o governo já ganhou em todas as instâncias. A justiça não se manifesta.
GC: Mas qual o problema dessa demora em bater o martelo?
SO: O caso, como eu disse, está na justiça federal . Estamos pensando em constituir um grupo de autoridades de Arapongas, marcar uma audiência na Justiça Federal em Curitiba e pedir alguma explicação sobre o assunto afinal é uma obra prioritária e que vem sendo protelada por quem teria que fazê-la. A comunidade continua cobrando essa obra.
GC: Você acha que sai ainda no governo Ratinho?
SO: Estamos lutando para isso. Temos que mostrar ao juiz que está com o caso, a importância dessa obra para o município. Como eu disse, já participei de 53 reuniões para tratar desse assunto e eu entendo que se os prefeitos anteriores tivessem brigado pela obra em suas administrações, ela teria saído, agora temos que entrar na briga para ganhar o caso e fazer esta obra.
GC: E a educação em Arapongas no setor creche e escola?
SO: Olha. Se fala tanto em vagas de creches e vagas de escolas e quem mais construiu creches e escolas no município foi a nossa administração. E temos ainda mais três creches e duas escolas para construir e devemos começar em breve. Contamos com ajudado nosso deputado Pedro Paulo Bazana que tem trabalhado muito por Arapongas.
GC: Porque todo o ano é essa briga por vagas nas escolas e creches?
SO: É um drama que se repete, Quanto mais a cidade cresce, mais problemas aparecem. Se não mudar esse sistema a falta de vagas nas creches não vai acabar nunca. Você entrega uma creche no final do ano para 500 vagas, mas nascem mil crianças. Ficam outras 500 sem vagas. É complicado.
GC: Você tem alguma sugestão?
SO: Tenho. Que o governo federal ou estadual banquem vagas nas creches particulares em convênio com os municípios e a situação se resolve ou pelo menos ameniza.
GC: Arapongas está no rol das cidades mais tranqüilas do Estado na área de segurança.
SO: Isso se deve ao bom trabalho das polícias civil, militar e guarda municipal. Mas um dos melhores investimento no setor de segurança do município, foi o fato de termos colocado o Argarte como secretário de Segurança e consequentemente comandante da Guarda Municipal.
GC: Sérgio e para encerrar, mais casas para Arapongas?
SO: Arapongas deverá terminar o ano com 1.400 casas populares na região oeste da cidade. Teremos mais 56 casas perto do Piacenza para baixa renda e mais 600 casas que estão sendo terminados os preparativos para sua construção.