Após 48 anos da “geada negra”, Apucarana segue apoiando e fortalecendo a cafeicultura

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Quase 50 anos após a trágica ocorrência da “geada negra”, que dizimou todos os cafezais do Norte do Paraná – principal produto agrícola do estado na época -, Apucarana continua sendo um dos poucos municípios da região, que segue incentivando a cafeicultura e apoiando os produtores.

Após a devastadora madrugada do dia 18 de julho de 1975, outras geadas (de menor impacto) foram registradas nas últimas décadas e, gradativamente, o modelo de cultivo foi ganhando novo formato, priorizando áreas de menor porte e agregando mais qualidade ao produto.

A modernização no trato, com plantadeira e colheitadeira e outras tecnologias, visando suprir o fim da figura do “bóia fria”, foram agregadas em Apucarana. E, no município, tudo isso surgiu com a efetiva participação do poder público municipal, como forma de manter a tradição da cafeicultura na cidade alta do norte do Paraná.

O Prefeito Junior da Femac lembra que o café foi o “ouro verde” na colonização de Apucarana e todas as demais cidades do norte paranaense. “Foi o café que trouxe centenas de imigrantes de várias etnias à região e que também contribuiu para a chegada da ferrovia, interligando Apucarana e demais cidades do eixo Londrina-Maringá com o Estado de São Paulo”, assinala.

Ele destaca ainda que Apucarana promove anualmente a Festa do Café, mantém o Museu do Café – no distrito de Pirapó – e, agora, está trabalhando no processode certificação da Indicação Geográfica (IG). “Trata-se do reconhecimento de que uma região produz um café diferenciado e de alta qualidade, sendo considerada uma porta aberta para o mercado internacional”, informa Junior da Femac.

INCENTIVO AOS PRODUTORES – O secretário municipal da agricultura, Gerson Canuto, informa que somente neste ano a Prefeitura de Apucarana distribuiu mais de 300 mil mudas de café produzidas no Horto Municipal. “Nós também disponibilizamos aos produtores rurais insumos agrícolas, como fósforo e calcário, para fertilização e correção do solo”, cita o secretário Gerson Canuto.

Com esse apoio os agricultores ligados à Associação de Cafeicultores de Apucarana e à Cooperativa dos Cafeicultores do Pirapó (Coocapi) têm conseguido resgatar a cafeicultura com o uso da tecnologia, por meio de uma plantadeira automática, cedida pela Prefeitura de Apucarana, e uma colheitadeira, repassada pelo Governo Estadual. A prefeitura também doou um caminhão Mercedes Benz à Associação dos Cafeicultores.
Nos últimos anos, a política de incentivo à cafeicultura adotada pela Prefeitura de Apucarana vem sendo destacada em âmbito estadual pelo Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-Paraná). O Município agrega cafeicultores que investem na qualidade do produto e, nos últimos anos, tem figurado entre os melhores no “Prêmio Café Qualidade Paraná”.     

Recentemente, na Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina, o secretário de agricultura do estado, Norberto Ortigara, elogiou a política pública implementada pela administração municipal de Apucarana de incentivo à cafeicultura, com a expansão da área cultivada e a redução dos custos de produção.

Quarenta anos depois, o café já não é a principal cultura na agricultura do Paraná. Atualmente, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Estado (Seab), são apenas 53 mil hectares do produto no estado.

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